AQUELE LUGAR ENTRE NÓS

BANHO DE CACHOEIRA de Christiane Couve de Murville

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Resolvi viajar! Peguei minha mochila e me mandei para a Chapada Diamantina! Estava cansada do dia a dia, buscava aventura, surpresas, trilhas, o inesperado, o diferente... Queria ir além e mais além, me experimentar, sair do bem comportado, da mesmice, do habitual, ver o sol se pôr em meio à natureza, ouvir passarinhos, dançar na chuva, correr no riacho, pisar na lama, mergulhar em caverna, descobrir trilhas... Loucura? Talvez. Ou quem sabe sanidade. Doideira mesmo era aguentar a maluquice da cidade grande e achar normal viver correndo contra o tempo, atrás de milhões de afazeres, quase sempre confinada em ambientes fechados, repetindo rotinas, em um mundo cheio de regras, que limita, sufoca e tende a fazer todo mundo se comportar igual.

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Reservei hospedagem em alguns lugares onde imaginava pernoitar, de modo que, chegando ao aeroporto de Tanquinho, tive que me virar para encontrar condução para a pousada em Lençóis. Apreciava a sensação de não ter horário a cumprir, compromisso agendado ou programa predeterminado. Queria viver em função do que surgisse a cada instante.

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Larguei minhas coisas na pousada e fui explorar a cidade. Descobri o centro histórico de Lençóis, o mercado, os bares e restaurantes com as mesas na rua, as lojinhas vendendo pedras da região e ainda passeei no Parque Municipal do Serrano.  

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Nos dias que se seguiram, fiz os passeios tradicionais recomendados pelas agências de turismo locais para conhecer os pontos turísticos da região. Apesar da mudança de ares, continuava fazendo tudo igual a todo mundo. Afinal, não é nada fácil se livrar de condicionamentos. Se todo mundo visita, diz que é legal, a tendência é também ir ver e achar legal!

Conheci várias cachoeiras, mas a primeira que visitei me marcou especialmente...

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ILLUSTRATIONS de Christiane Couve de Murville